Farsul propõe medidas para garantir recursos à prorrogação de dívidas do crédito rural
- Andrei Nardi
- 30 de abr.
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Federação encaminha proposta ao Conselho Monetário Nacional para destravar valores e ampliar oferta de crédito a produtores
Com a expectativa de anúncio da prorrogação das dívidas de produtores rurais pelo Governo Federal, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) ou a atuar para garantir os recursos necessários à efetivação da medida. A entidade afirma que, sem valores disponíveis nas instituições financeiras, a prorrogação poderá não alcançar os produtores mais afetados, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade.
Sistema atual privilegia rees sem risco e desestimula crédito direto
Segundo a Farsul, o modelo atual favorece agentes financeiros que operam via Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural (DIR), reando os recursos com margem de lucro garantida e sem risco. Já os bancos que concedem crédito diretamente ao produtor enfrentam margens nulas ou negativas, o que pode resultar em maior seletividade e menor oferta de crédito, mesmo para produtores elegíveis.
Proposta da Farsul prevê taxa de 0% na intermediação dos recursos
Para equilibrar o sistema, a Farsul protocolou no Conselho Monetário Nacional (CMN) uma solicitação de implantação de taxa zero na intermediação dos recursos reados via DIR. A entidade defende que, sem essa medida, o sistema continuará deslocando recursos para agentes que não atendem diretamente os produtores, comprometendo a efetividade da política de crédito rural.
“Não adianta anunciar prorrogação se a instituição financeira não tiver recursos para prorrogar”, alerta o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz.
Medida pode ampliar em até 20% a carteira ativa de crédito rural
A proposta, segundo a Farsul, visa desobstruir o sistema e permitir que os recursos cheguem às instituições onde os produtores têm vínculo. Luz afirma que a medida pode ampliar em até 20% a carteira ativa, o que daria fôlego às instituições para concederem as prorrogações mantendo os juros originalmente contratados.
“A escassez de recursos é terrível devido às múltiplas prorrogações, e estamos oferecendo propostas para desempoçar recursos, de modo a atender aos produtores gaúchos. Não adianta o dinheiro ficar parado onde o produtor não deve”, afirma Luz.
“Essa medida, se aceita, pode aumentar bastante a carteira das instituições financeiras, o que dará fôlego para realizarem as prorrogações com a manutenção dos juros contratados”, conclui.
