Apenas 0,1% das emendas parlamentares em 2024 foram direcionadas à recuperação do RS após enchente
- Andrei Nardi
- há 1 dia
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Estudo da FGV aponta que, entre quase 7 mil emendas editadas, apenas sete tiveram foco direto na reconstrução do estado
Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que menos de 0,1% das emendas parlamentares editadas em 2024 foram destinadas a projetos de recuperação das áreas atingidas pela enchente histórica no Rio Grande do Sul. Segundo o estudo do Centro de Estudos de Reparação e Recuperação da FGV Projetos, apenas sete das 6.990 emendas editadas no ano ado tiveram esse foco.
Ao todo, 173 emendas foram direcionadas ao estado, sendo 140 de autoria de deputados e senadores gaúchos e 33 de parlamentares de outros estados. No que diz respeito a valores, R$ 4,4 milhões foram reservados para ações relacionadas aos danos das enchentes, o que representa menos de 0,01% do total de R$ 44,8 bilhões empenhados em emendas parlamentares em 2024. No total geral, R$ 260 milhões foram destinados ao Rio Grande do Sul.
Destinação dos recursos
Das sete emendas voltadas diretamente para a reconstrução:
quatro foram direcionadas a ações de proteção e defesa civil, somando R$ 1,6 milhão;
R$ 1 milhão foi destinado ao custeio de serviços hospitalares e ambulatoriais relacionados ao estado de emergência e à sobrecarga nos hospitais;
R$ 1,3 milhão foi aplicado na reforma dos elevadores do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), danificados pelas chuvas;
R$ 500 mil, inicialmente previstos para intercâmbio de experiências e ajuda humanitária, acabaram sendo usados para pagamento de dívidas.
Impacto da enchente
O Rio Grande do Sul foi atingido, em maio de 2024, por uma enchente histórica que afetou quase todos os municípios, devastou cidades especialmente na Região Metropolitana e no Vale do Taquari, retirou milhares de casas e deixou 184 mortos e 25 desaparecidos. Voluntários e doadores de todo o país se mobilizaram para ajudar os atingidos.
