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Trump impõe nova tarifa global e Brasil é incluído com taxa de 10% sobre exportações aos EUA

  • Foto do escritor: Andrei Nardi
    Andrei Nardi
  • 3 de abr.
  • 3 min de leitura

Tarifas afetam produtos brasileiros e elevam tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros

As exportações brasileiras aos Estados Unidos arão a ser taxadas em 10% a partir deste sábado (05/04). A medida faz parte de um novo pacote de tarifas anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que determinou uma cobrança de 10% sobre todas as importações feitas pelos EUA, com percentuais mais altos para países que, segundo o governo, mantêm barreiras comerciais elevadas contra produtos americanos.

O anúncio provocou reações em diversas partes do mundo e é considerado por economistas como um ponto de inflexão no comércio global. A União Europeia classificou a medida como “um grande golpe para a economia mundial”. A China prometeu retaliação, e a Austrália afirmou que “esse não é o ato de um amigo”.

Além do Brasil, a tarifa de 10% também será aplicada a países como Reino Unido, Singapura, Austrália, Nova Zelândia, Turquia, Colômbia, Argentina, El Salvador, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Já outras nações foram alvo de percentuais significativamente mais altos: China (54%), Vietnã (46%), Camboja (49%), Tailândia (36%), Japão (24%), África do Sul (30%), União Europeia (20%) e Taiwan (32%).

O governo brasileiro ainda não confirmou se adotará medidas retaliatórias, mas em nota conjunta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmaram que “lamentam a decisão” dos EUA, que o Brasil segue aberto ao diálogo, e que “todas as possibilidades de ação estão sendo avaliadas”, incluindo a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos estarão sujeitos a uma tarifa adicional de 10%, exceto nos casos em que já se aplicam tarifas específicas mais altas, como no caso do aço e do alumínio, tarifados em 25%”, explicou Iana Ferrão, economista do banco BTG Pactual.

Entre os setores mais afetados, segundo a economista, estão os de ferro e aço semimanufaturados, aeronaves, materiais de construção, etanol, madeira e derivados. Produtos como commodities agrícolas e minerais devem sofrer menos impacto, por não dependerem fortemente do mercado norte-americano.

De acordo com Christopher Garman, diretor-executivo da consultoria Eurasia Group, o Brasil foi um dos países menos prejudicados pela medida:

“Esperávamos um impacto entre 10% e 25%. Ao final, o Brasil saiu menos impactado que outros países, como os da Ásia”, declarou Garman à BBC News Brasil.

Trump argumentou que as tarifas aplicadas aos países refletem percentuais similares aos cobrados por esses países contra os EUA. Ainda assim, ele itiu que as novas taxas não serão totalmente recíprocas.

“As tarifas não serão totalmente recíprocas. Eu poderia ter feito isso, sim, mas teria sido difícil para muitos países”, disse o presidente norte-americano.

Além das tarifas gerais, o governo dos EUA confirmou que veículos estrangeiros arão a ser taxados em 25% a partir desta quinta-feira (03/04), com impacto direto especialmente para o México.

Reações internacionais

Na Europa, líderes reagiram com preocupação. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as novas tarifas trarão “consequências terríveis” para milhões de pessoas. A França convocou reunião de emergência e a Itália declarou que buscará negociar com os EUA para evitar agravamento das tensões.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, cuja nação também foi taxada em 10%, declarou que “nada está fora de questão” e que o objetivo é garantir um acordo comercial com os Estados Unidos.

A Noruega, Vietnã, Tailândia, Espanha e África do Sul também manifestaram intenção de negociar ou revisar suas relações comerciais com Washington.

Impacto nos mercados

As bolsas europeias reagiram negativamente à notícia. Os índices de Londres (FTSE 100), Paris (Cac 40) e Berlim (DAX) registraram quedas de até 2% na abertura. A Alemanha foi identificada como um dos países mais expostos às novas medidas, principalmente em setores como a indústria automobilística.


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